domingo, 11 de novembro de 2012


Sozinho é o estado natural da natureza humana (redundante e real). Podemos nos agregar em apartamentos, edifícios, ruas, bairros e cidades... mas será a solidão, a solidão individual e indivisível, que norteará a nossa passagem por este mundo. Não adianta as afetividades entre mulher e homem, entre pai, mãe e filhos... Nada é mais determinante do que a solidão, que se inicia com a nossa expulsão através da buceta de nossa mãe (em princípio bíblico e não médico). Sempre achei que a palavra parto é verbo. Partimos o nosso vínculo e nos transformamos em mais um solitário neste imenso mundo de solitários. Tentam nos agrupar (socialmente) através de vários paradigmas organizacionais, mas a nossa reflexão recôndita será sempre nossa, indivisível e crescente. No mais, morremos e a expectativa de solidão será muito maior do que a do nascimento. Afinal, no nascimento encontramos vários solitários nos esperando com a esperança renovada a cada nascimento de que a solidão acabará. Mera inocência, isso não acontecerá e um dia encontraremos a morte, e notaremos que toda a procura para fugir da solidão só nos levou com a nossa, a sua, a de todos nós, à solidão total, onde só os vermes nos farão companhia. Será? Ou seremos apenas pasto para a também solidão dos vermes?

Tonico, o verme de minha própria solidão.

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