sábado, 28 de janeiro de 2012

PARTO LITERÁRIO

Três motivos principais me impedem de escrever cotidianamente, a saber: o meu analfabetismo, certa dislexia e, por último, uma preguiça que vive agarrada ao meu pescoço como se me aplicasse um mata leão no mais puro estilo e eficiência de Anderson Silva. Mas, eis que me dirijo à cozinha para tomar meus remédios noturnos e me deparo com a minha adega insinuante e repleta de vinhos BB (bom e barato). Resolvo abrir uma das garrafas, afinal não tenho compromisso amanhã de manhã, e lá pela terceira taça o meu analfabetismo se transforma em audácia, a dislexia se transforma em pensamentos borbulhantes que invadem o papel branco à minha frente, e a preguiça, a preguiça coitada, vítima de um contra-ataque fulminante, larga o meu pescoço após uma dentada em um de seus dedos, aplicada por dentes vigorosos que ainda existem em minha boca. Pois é, ninguém a me impedir e eis-me escrevendo sem nenhuma censura sobre meus devaneios noturnos, só espero não ser desclassificado por vocês, meus juízes eleitores, pelo golpe sujo, ou seja, a mordida aplicada no dedo da preguiça, mas antes no dela do que no meu, pois só assim consegui escrever. Em tempo, salve o vinho BB de nossas noites insones.

Tonico.

O analfabeto que escreve, cada vez mais ousado e sem autocrítica, vai lançar um livro (discutindo com o editor), com os melhores (?) textos do Blog.

ILUSÃO À TOA

São duas e vinte da manhã do dia (acho) 25/01/12, bebo vinho e espero a hora, espero a hora e bebo vinho. Hoje às 11h receberei em minha sala um possível editor dos meus textos. Não existe em mim a expectativa do sucesso literário, mas sim a expectativa de falar das minhas angústias mais presentes, e se elas interessarem a uma única pessoa estarei satisfeito. Mas pelo fato delas interessarem de forma abrangente a mim mesmo, devo declarar que estarei satisfeitíssimo, e que nenhuma proposta, ou melhor, todas as propostas serão para mim um oásis onde talvez, quem sabe, depositarei as minhas angústias mais angustiantes e, a partir delas, conseguirei pagar a que mais me angustia, o colégio dos meus filhos Antônio e Nina e os brinquedos dos meus netos Benjamim e Isa.

Tonico.