quarta-feira, 27 de junho de 2012

BEIJOS, ABRAÇOS E APERTOS DE MÃO

Nos últimos anos, muito se comenta sobre o esquentamento global do planeta Terra, discordo, me permitam. Com o incrível avanço da internet, o que acontece é um resfriamento progressivo das relações humanas, os encontros são raros e cada vez mais raros, tudo se resolve com um breve parabéns digitado no computador e às vezes a resposta é, na maioria das vezes, um “curtir”. Onde estão esses homens que se encontravam nas ruas, praças, cinemas? Estão todos atrás de um computador a curtir, parabenizar, agradecer, enaltecer, xingar, mais e mais. No entanto, Esse homem sumiu dos encontros ao vivo, do cara a cara, do beijo, do abraço, do aperto de mão, dizem alguns que até o sexo já é feito pela internet, recuso-me a esta prática, quero o tête à tête, o suor, saliva, a língua, o cheiro, enfim, o pau na buceta. Recuso-me a abraçar e a beijar um computador. Espero que o mundo acorde um dia verdadeiramente contemporâneo, onde o homem esteja junto do homem, para sonharem juntos, e onde o máximo permitido para travarem contato seja a carta, escrita com a emoção do próprio punho e, de vez em quando, banhada em lágrimas, que, ocasionalmente, poderiam borrar um eu te amo. Beijos, abraços e apertos de mão. Tonico Pereira.

CARTA

Geraldinho. Seu texto prefácio que, candidamente, lhe solicitei para enriquecer meu livro e que, honestamente não esperava que você se prontifica-se a fazê-lo com o carinho de um São Francisco a apaniguar com doçura um animal como eu, me coloca num dilema: anuncio o livro como um prefácio de Geraldinho Carneiro, seguido de algumas meditações pobres e quase sempre sem caráter, regado a vinho B&B (bom e barato), ou continuo com a pretensão de um livro meu prefaciado pelo Geraldinho? Na indecisão penso, como justificativa, que só o fato do seu texto estar presente, me autoriza a cobrar mais pelo livro e, como já disse antes, com meu caráter duvidoso, tenho quase certeza, de que não pagarei a você nada por isso. Talvez, possamos dividir um jantar num botequim qualquer regado a um dos meus vinhos bom e barato, ou quem sabe poderia ser na minha casa. Assim sairia mais barato para o meu bolso, já tão atingido pela intempéries das minhas loucuras financeiras. Obrigado e um brinde! Tonico.
Sou um homem feminino e meu lado feminino é lésbico, portanto, sou perfeito. T.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

MEDALHA TIRADENTES

Por falta de quórum mínimo quase não recebi a Medalha Tiradentes, mas o Deputado Roberto Henriques, o proponente, num gesto de bravura cívica e contrariando o regulamento a entregou a mim e a Maria Gladys, disfarçando com brilhantismo toda nossa carência de popularidade. Agradeço aqui aos meus oito amigos que por lá compareceram. Tonico.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

PREGUIÇA OU, NO FUNDO, NO FUNDO, PREGUIÇA.

São dias sem alimentar meu blog, são dias sem nenhuma vontade de escrever, mas sinto que tenho que me justificar perante aqueles que dedicam alguma atenção aos meus escritos. Talvez isso esteja acontecendo porque acabei de assinar contrato com a editora Multifoco, para publicação do livro do meu blog (do melhor dele, se é que existe). O editor está tendo muito trabalho, eu sei, para selecionar alguma coisa que preste e mereça publicação. Este fim de etapa me colocou numa posição de fastio literário que não tenho conseguido vencer, mas como tenho continuado amigo do meu vinho B&b (Bom & barato), espero que dele voltem a surgir possibilidades que já tive antes e, descaradamente, minha mão enferrujada ressurja do seu torpor e como um Chico Xavier cético, sente a mesa, contemple a Lagoa e me ponha a escrever! Que, em breve, “Toniquices do Pereira, o Analfabeto que Escreve”, by Tonico Pereira, esteja pronto para sua apreciação, a qual espero seja bastante compreensiva, pois sou apenas um analfabeto que escreve, e que vocês compareçam aos lançamentos, não só para comprar um livro, como também para assinar o livro de presença antecipado do meu enterro, afinal, sou carente para viver sem saber se vocês estarão lá, podem mentir, assinar e não comparecer, mas, enquanto vivo estarei feliz com essa possibilidade de comparecimento que me proporcionará viver achando, credulamente, que terei uma morte de cemitério lotado. Tentarei ouvir os aplausos que vocês me dirigirão e, por favor, peçam bis, quem sabe Deus não atenda e me faça ressuscitar como um Lázaro, me proporcionando uma vida mais plena de conhecimento. Enfim, totalmente duro (claro que depois da prótese peniana). TONICO!

AUTOCRÍTICA

Até hoje não tenho segurança para afirmar se ela me reprime ou me salva. O certo é que vendo algumas iniciativas em vários ramos das manifestações humanas, me invade um sentimento de vergonha e agradeço a ela (a autocrítica) o fato de ela reprimir qualquer desejo de me expor. Recolho-me ao silêncio observador e concluo que ela (a autocrítica) me salvou de não ter a coragem imbecil de cantar, por exemplo. Em outros momentos, sinto que essa autocrítica exagerada também me impede de práticas possíveis de qualidade. E ela que salva, também me derrota, impondo-me a vergonha de tentar um salto mais ousado a um destino mais solto e criativo. De qualquer maneira, agradeço a essa autocrítica que me limita e me salva mas, ao mesmo tempo, quando ultrapasso esse limite é sinal de que mandei a autocrítica pra puta que o pariu e mergulho num salto livre do décimo andar sem plano de voo, na esperança de atingir o chão sem morte e ossos quebrados. Consciente de que, de vez em quando, arriscar é necessário ao homem tanto quanto respirar, e lá vou eu... T...
A VOLTA AO LAR Texto: Harold Pinter Tradução: Millôr Fernandes Direção: Bruce Gomlevsky Elenco: Gustavo Damasceno, Sérgio Guizé, Jaime Leibovitch, Bruce Gomlevsky, Arieta Corrêa, Tonico Pereira. Centro Cultural Correios Até 24 jun 2012 dom, qui, sex e sáb 19:00 R$ 20.00