quinta-feira, 22 de novembro de 2012

SABOR: NOTURNO


Decididamente sou masoquista. Eu gosto da noite e, no entanto, ela cresce na minha cabeça como um monstro que me dilacera e devora, e ainda usa o meu próprio vinho B&b para temperar as minhas vísceras, tornando-as comestíveis e de paladar agradável. Por que isso se dá? Não sei, tentarei me lembrar desta pergunta para fazê-la ao meu psiquiatra. Só sei que a noite transforma meus sentimentos em fraturas expostas muitas vezes neste veículo demoníaco chamado Internet, e não me envergonho, não conseguiria jamais ser hipócrita a ponto de conviver em segredo com meus próprios devaneios. Ao contrário, espalho-os diante de um ventilador imaginário, só isso me deixa mais ou menos calmo, mais ou menos pleno, e então consigo dormir e esperar que outra noite venha de lá me atropelando e me colocando novamente em sangue diante da Internet. E esperarei as outras noites subsequentes, sedimentando o meu masoquismo noturno, até que numa noite, numa dessas noites me faça dormir para sempre, sem que o masoquismo se faça presente em minhas noites diárias.

Tonico, a coruja da Lagoa.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

TATU BOLA


Várias cabeças pensantes e bem pagas escolheram as possibilidades de nome para o mascote da Copa do Mundo no Brasil. E onde chegaram? Pasmem: 1- Amijubi; 2 – Fuleco ; 3 – Zuzeco. Pois é, eis o cardápio oferecido ao povo brasileiro para sua escolha. Inacreditável! Sabendo-se que o animal símbolo é o nosso querido TATU-BOLA das nossas caatingas, bicho brasileiro, com um nome autêntico, e autênticas possibilidades de se transformar em bola. Ora, pergunto: porque o nome não poderia ser o do mesmo TATU-BOLA, pra que pensar tanto? Horas e horas para chegar às excrescências desses nomes, quando nós, brasileiros, já temos escolhido em nossos corações o nome autêntico de TATU-BOLA. O resto me parece uma eleição envolvendo os nossos políticos, são votados apenas pela obrigação imposta de termos de votar. Mas, no caso, podemos reagir. Podemos não votar em nenhum dos três e por aclamação repercutir nas mãos o que sentimos nos nossos corações. TATU-BOLA é o nome que queremos como nosso verdadeiro mascote! Fora as aberrações sugeridas por alguns isolados brasileiros (se é que são) que querem ao escrete, à nossa Copa, um início já com três pontos perdidos pela escolha errada do nome.
Avante TATU-BOLA! Se ofereça como bola apenas aos nossos jogadores que, por terem nascido no Brasil, já tem uma intimidade com ela, que intimidará qualquer adversário. Porque o TATU-BOLA nos será sempre fiel e verdadeiramente nossa bola.

Meu voto é declarado e aclamado para o TATU-BOLA ou então abstenção total!

Tonico Pereira é de ofício ator (reparem, não artista) e torcedor do Goytacaz.

domingo, 11 de novembro de 2012

VIVÊNCIA, SABER E CONHECER, DIPLOMA


Parece a mesma coisa, mas não é. É claro que a olhos simplórios eles têm o mesmo valor, mas com um pouquinho (pouco mesmo) de profundidade saberemos que o conhecer se adquire num ambiente acadêmico, por exemplo, com a maior facilidade, padronizando os conhecedores e fazendo-os repetir para sempre conceitos que não são deles, mas de toda uma estrutura. Onde o que menos importa é o questionamento, onde só lhes é imposta a visão do grupo, sem nenhuma possibilidade de raciocínios ousados e inventivos. Pois, para eles, só existe a erudição sacramentada por um pensamento que os impede de pensar por si só. Já o saber brota do nada, apenas do processo respiratório do ser humano, onde o viver é a escola mais importante que faz acumular a verdadeira sabedoria. E aí sim estaremos diante de um homem com possibilidades geniais e artísticas, ele não conhece de fora, ele conhece de dentro. Os seus problemas mais elementares não serão resolvidos lendo uma bula de conhecimento, mas vivenciando e sabendo que a vida prática supera o conhecimento (acadêmico) em todos os sentidos e isso só não é reconhecido porque os acadêmicos de plantão criaram métodos de aferição onde só diploma é válido, em detrimento de um homem que sabendo (vivencialmente) poderá desempenhar-se bem melhor do que um copiador de conhecimentos alheios, onde não lhes cabe o raciocínio original. Com raríssimas exceções, que existem para confirmar a regra.

Claro que escrevi bobagens, mas tive a coragem de tentar transgredir, e só o fato de grandes inventores criarem alguma coisa a mais pelo simples fato de errarem uma fórmula consagrada e descobrir no erro que a sua criação não errou, ela foi além das expectativas acadêmicas.

Tonico Goitacá Pereira (decano da escola da vida, bares, puteiros e congêneres).
Tenho vivido dias internos, explico: não tenho olhado para a minha lagoa, bem em frente aos meus olhos, mas tenho olhado do ponto de vista da traseira dos meus olhos para as minhas vísceras mais internas e íntimas. E vejo que o movimento delas me levam a crer que ainda estou vivo, e onde a vida existe, a esperança também existe. E me agarro como um afogado a esta possibilidade, para voltar com gozo múltiplo a olhar pra minha LAGOA RODRIGO DE FREITAS.

Produção Profana de uma Mente Vagabunda 3


Fui, não sei pra onde, espero voltar, não tenho nenhum plano de voo, nem pra ir nem pra voltar, mas continuo acreditando em mim, isso é bom.

De que adianta ser interessante? Se o mundo prefere os desinteressantes!!!

Quando os tacos começam a soltar e você próprio não consegue colá-los, fique em alerta, a decadência está batendo à sua porta, saia antes que ela entre.

Sincopada é a minha trepada, com variações jazísticas, ê coisa boa.

Sem nenhum equipamento especial, eu consigo atingir o pré-sal (da mulher).

Tem um momento na vida que só me resta roncar!!!

A partir de agora tentarei dormir, não me acorde, sou um monstro quando acordo cedo, cuidado, eu posso te comer.


Hiperativo, diabético, três cânceres vencidos, fumante (tentando parar), completamente louco, por opção e por loucura também, tomador medianamente compulsivo de vinho. Nada disso me matou ou me matará. Agora, esperar sentado num sofá por um hahaha, isto pode me levar à morte prematura e instantânea.


Sozinho é o estado natural da natureza humana (redundante e real). Podemos nos agregar em apartamentos, edifícios, ruas, bairros e cidades... mas será a solidão, a solidão individual e indivisível, que norteará a nossa passagem por este mundo. Não adianta as afetividades entre mulher e homem, entre pai, mãe e filhos... Nada é mais determinante do que a solidão, que se inicia com a nossa expulsão através da buceta de nossa mãe (em princípio bíblico e não médico). Sempre achei que a palavra parto é verbo. Partimos o nosso vínculo e nos transformamos em mais um solitário neste imenso mundo de solitários. Tentam nos agrupar (socialmente) através de vários paradigmas organizacionais, mas a nossa reflexão recôndita será sempre nossa, indivisível e crescente. No mais, morremos e a expectativa de solidão será muito maior do que a do nascimento. Afinal, no nascimento encontramos vários solitários nos esperando com a esperança renovada a cada nascimento de que a solidão acabará. Mera inocência, isso não acontecerá e um dia encontraremos a morte, e notaremos que toda a procura para fugir da solidão só nos levou com a nossa, a sua, a de todos nós, à solidão total, onde só os vermes nos farão companhia. Será? Ou seremos apenas pasto para a também solidão dos vermes?

Tonico, o verme de minha própria solidão.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

SERVIÇO


SENHORES ATORES, “SER OU NÃO SER?” NÃO É UMA FRASE, É UMA ANGÚSTIA!


“Ser ou não ser?” É o pensamento mais intimista (na minha visão) da obra de Shakespeare. No entanto, os atores guiados pela primeira leitura do texto - associada à sacralização que envolve o próprio Shakespeare por ser um clássico (ignoram que ele vem do popular mesmo) – propõem invariavelmente ao público a decisão da sua angústia de forma declamatória. Quando, na verdade, ela é só do Hamlet e poderia nem ser exposta verbalmente para a plateia, mas apenas suprimida ou substituída por um olhar e com ele explicitar toda sua dúvida existencial, orgânica e, ao mesmo tempo, prática. Para aí, com o seu atuar, definir por si se é ser ou não ser e não impor esta dúvida que, certamente numa era shakespeareana, dada a sua condição de popular, entraria na arena como um Chacrinha e perguntaria à plateia: “Quem é Ser levanta a mão, agora quem é não Ser levanta a mão”. E declararia em voz alta: “Foi decretado pelo público presente custeador do meu pão diário ooo empate!”. O resultado seria absurdo, tendo qualquer ganhador. Portanto, senhores atores, deixem que os seus personagens Hamlet, tenham por si o prazer da dúvida. O que, em tempos contemporâneos, seria apenas sentida por ele (Hamlet), sem a necessidade da verbalização. O resto é o ator querendo ir além da vida e, portanto, do Teatro, onde só cabe a cada participante a humildade como prazer dos Deuses verdadeiros dos Palcos.

PS.: quase sempre o ator que vai assumir o personagem Hamlet traz para si a responsabilidade de declamar “ser ou não ser?”. Pois saiba este ator que “ser ou não ser?” é apenas uma reflexão e não uma declamação imposta pela sacralização de um Shakespeare, que só queria o aplauso dos amigos na plateia.

Tonico (O Analfabeto que Escreve... Mal)

Produção Profana de uma Mente Vagabunda 2


Como não conheço os filósofos, crio a minha própria filosofia: O homem não vive sem o caos e o caos não vive sem o homem. Filosofia altamente questionável de Tonico, o filósofo das bobagens.
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Apelo às ONGs bem intencionadas: salvem-me! 
Sou um homem em extinção, eu sou viciado em mulher (nada contra outros vícios).
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Os sábios me ignoram, tudo bem, eu também não os conheço. 
Tonico, o vira-lata chupador, por honra e mérito.
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Evidência imbecil: nada a postar, não posto nada!!!
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Minha alma é tão nova que nada sabe de vidas eternas e encontros do passado. 
Tonico, o bebê ainda em fase de amamentação (por favor, amamente-me!).
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Não sou capaz de nada, ou seja, sou capaz de tudo!!!!!!!!!! 
Tonico Goitacá Pereira, descendente de uma tribo extinta, quer dizer, nem tanto, ainda respiro!!!

domingo, 4 de novembro de 2012

ESCREVER


Odeio computador, ele não consegue 
(por mais rápido que seja) 
acompanhar a velocidade da minha sofreguidão!

Há alguém que não existe, a não ser na fantasia.


Na angústia da noite de Teresópolis, solitariamente acompanhado, só me lembro do seu corpo pelado, do suor molhado, trêmulo pelo orgasmo.

Produção Profunda de uma Mente Vagabunda


Vinho, vinho, vinho, atinjo a consciência total, mas não posso falar... logo, algum imbecil movido a pobreza de espírito falará  entre dentes: “lá vem o bêbado do Tonico, sempre a pensar que tem alguma coisa a dizer...”
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Meu Deus é o Homem, sabe por quê? Porque ele falha mais do que acerta!
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A mulher só amadurece quando o pai deixa de ser a referência masculina; o homem só amadurece quando a mãe deixa de ser a referência feminina.
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Desencontros às vezes são saudáveis (tomando vinho), eles nos trazem o prazer infinito da saudade.
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Se eu tivesse alma amaria a sua; como não tenho amo com o meu próprio corpo.
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Não acredito em encontros d’alma, mas sim de corpos!
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Juntos na cama nós respiramos. Juntos numa cidade nós respiramos o mesmo ar. Graças! Nós somos contemporâneos da mesma poluição.
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A saudade só é validada quando sentida pelo presente e pelo ausente na mesma intensidade! Em número ímpar. E vice-versa! O resto é defasagem, é insustância da realidade.
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Vou tentar dormir, porque hoje não consigo mais viver. Quando acordar espero estar vivo pra continuar amando...

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Por favor – não durma antes de acordar.
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Esta noite tomei uma garrafa e meia de vinho, sabe por quê? Porque precisei da minha racionalidade absoluta.

Tenho uma maneira incrível de encarar a solidão, basta ficar-me sozinho!!!
Calma, não me achem um homem infeliz, sou capaz da felicidade. Mesmo que ela diga não.

Eu só quero provar ao mundo que posso amar em todas as posições, em todas as divagações etílicas, em todas as situações absurdas. E não me desafiem com textos medíocres, pois a mediocridade é uma bandeira minha, ela me pertence. E Vira Lata que sou, enfrento com a disposição da morte qualquer cão Pastor Alemão feito em laboratórios nazistas. 
Venha, eu não lato, eu mato!

Tem gente que gosta de amar;
Tem gente que gosta de falar;
Tem gente que gosta de ser amado;
Tem gente que gosta de escrever;
Tem gente que gosta de mulher;
Tem gente que gosta de sexo;
Tem gente que gosta de dormir;
Tem gente que gosta de atuar (ator);
Tem gente que gosta de atordoar;
Tem gente que gosta de ficar acordado;
Tem gente que gosta de esporte;
Tem gente que gosta de erudição;
Tem gente que gosta de comer;
Tem gente gosta de acordar tarde;
Tem gente que gosta de...
Tem gente que gosta até de mim.
Tudo isso isoladamente gostado.
Eu gosto de tudo isso isoladamente, ao mesmo tempo e total.

Tonico, o Gostador.

Trocaste o vinho pela água, trocaste a sensatez pela caretice; Trocas, trocas, trocas... Trocarás até chegares ao primeiro que trocastes, e lhe beijará a boca e chupará o seu pau e depois o fará penetrar-te  até o juízo final. Como não acredito em juízo nem em final, morreremos de pau dentro, que é muito mais legal.
Evoéééééééééé!

CORAÇÃO BOLA


As crianças me querem criança, a mulher me quer adulto. Paro, pego uma faca, arranco o meu coração e ofereço-o à mulher com um conselho: jogue-o para as crianças, elas disputarão uma pelada com ele. E morro satisfazido, pois satisfiz todo mundo, principalmente a mim com a minha morte total e irreversível.






O ser humano é uno, não se divide em raças. Estas são apenas etiquetas pobres com que os reacionários homens tentam classificar seus irmãos, todos de sangue universalmente lindo, universalmente VERMELHO.


Tonico Goytacá Pereira, orgulhosamente miscigenado.

Acho super legítimo e carinhoso pensar em salvar os animais, mas acho mais legítimo ainda pensar em salvar as crianças miseráveis que habitam as nossas ruas. Aliás, os índios também.

Tonico Goytacá Pereira.