terça-feira, 22 de março de 2011

SALVE JORGE!

Sou um ator de aluguel. Talvez muitos não saibam disso, mas não importa, eu sei, e isso me basta para reger as minhas relações com a profissão. Isso também me permite ser ignorante em se tratando de leis de incentivo; até agora nunca usei e gostaria de poder dizer não usarei, mas o futuro não me é dado a conhecer antes que ele aconteça. Mas vamos ao que interessa, como já disse sou um ator de ofício, sem essa de artista, estado que podemos alcançar, se alcançarmos, em um segundo, numa pausa, num gesto, depois de três meses de ensaios, de um ano de apresentações, onde só o ofício vigora exercendo a pretensão de estarmos vivos, para nos tornarmos Deus quando este segundo acontece. Gosto de ter opinião, gosto de emitir minha opinião, mas não consigo caricaturar ninguém com adjetivos advindos de uma visão mesquinha, só para parecer, a mim mesmo, mais forte e inteligente, apesar de estar escudado numa casamata chamada internet/computador, que protege e esconde. Pela prática do meu ofício, entendo um pouco do ser humano. Não conheço a Maria Bethânia pessoalmente, mas conheço a sua obra, e gosto. Não conheço os custos de uma produção, apenas o que me cabe como salário, que não é muito. Não tenho partido político, apenas votava com prazer maior quando Brizola vivia. Mas pelo pouco que conheço do ser humano e por alguns contatos que tive com Jorge Furtado, aceitando inclusive que ele talvez possa exagerar na defesa de suas idéias, posso garantir que ele não merece, nem por sua obra, que já atingiu vários momentos de arte, nem por sua pessoa, inteligente, culta, talentosa, trabalhadora (e amante do vinho), os adjetivos peçonhentos a ele dirigidos neste embate que deveria ser de idéias, para que todos pudessem melhorar como diretores, atores, autores, produtores e platéia. Poderia depor contra este meu posicionamento o fato de eu já ter sido contratado algumas vezes pela Casa de Cinema de Porto Alegre e que eu estaria pavimentando outras contratações, mas quem me contrata convive com as minhas opiniões e direitos, por isso, sempre que trabalho longe do meu Rio levo no bolso o dinheiro vivo que poderá me trazer pra casa em caso de uma incompatibilidade maior. Jorge, portanto, sabe quem ele está contratando e os riscos que corre.

Salve Jorge!
Tonico Pereira.

VEÍCULO DO PASSADO, MEUS PÉS, E DO FUTURO TAMBÉM.

Nos meus sonhos ideais não ultrapasso os limites de onde os meus pés podem me levar. Por exemplo, nos meus sonhos consigo, no máximo, dar uma volta inteira na Lagoa Rodrigo de Freitas, com uma felicidade extrema. Mas, infelizmente, a vida não é só feita de sonhos, existem os pesadelos, e eles tem que ser enfrentados e superados, pois os vencendo posso sustentar meus filhos, meus vinhos (BB), e, ocasionalmente, receber na minha sala pessoas amigas que gosto muito de ter por perto. Pois é, para gozar desses pequenos prazeres tenho que entrar num avião insensível que ignora os meus sentimentos de repulsa e me leva sob o domínio do medo, sequestrado, aos meus destinos de sobrevivência - uma peça em Porto Alegre, um filme no Amazonas, um programa de TV em São Paulo - e lá vou eu, mudo, calado, procurando justificar minha presença naquele vôo com a necessidade de pagar os vários cursos de Antônio e Nina, afinal, eles têm uma agenda de executivos de alto nível, e eu, ao partir para qualquer um desses destinos, só me reconheço na possibilidade de voltar a pisar o chão do Rio de Janeiro. E dar a minha volta triunfal na Lagoa, como um pai que conseguiu pagar mais um mês de colégio, agradecendo aos céus, fundamentalmente, por meus pés, pela possibilidade de me levarem para onde eu possa ir com o máximo de felicidade possível.

Antônio e Nina, papai chegou!
Beijos, Tonico.

...?TECNOLOGIA?...

Não me agrada a tecnologia. E quanto mais alta, mais baixa a minha admiração. Não acho que o homem deve ir além dos seus recursos naturais e artesanais, estes sim o verdadeiro progresso. Estamos neste momento vivendo mais uma tragédia, enquanto natural, é terrível, mas natural, somos homens convivendo com o perigo que é simplesmente viver. Podemos correr dele, nadar para longe dele, ou enfrentá-lo com socos e pontapés, mas eu nunca vi ninguém dizer que escapou de um desastre aéreo ou radioativo pelo seu belo condicionamento físico e mental, ou seja, um desastre aéreo é covarde em sua essência. Quer coisa mais covarde do que você lutar contra um terremoto com todas as suas forças, sobreviver, lutar contra um tsunami, sobreviver, e depois - naquele cenário desolador, onde vários mortos naturais o cercam, você se sente vitorioso por ter ganhado a guerra - mas ao respirar fundo comemorando o dever cumprido, o maior que cabe a espécie humana que é sobreviver, neste prosaico respirar, sem nenhum ato de violência aparente, você é contaminado por partículas atômicas de alta tecnologia. E você, que salvou seu filho das intempéries naturais, morre junto dele, sem poder correr da nuvem radioativa tecnológica, sem poder dar-lhe um soco na cara, sem poder xingar, apenas morre, sem nem lágrimas de reação.

Tonico.

quarta-feira, 16 de março de 2011

terça-feira, 15 de março de 2011

LAR DAS CRIANÇAS POBRES DA LAGOA

Quero deixar claro que criei meu blog (ou criaram pra mim) só para exercitar o meu analfabetismo crônico, fazendo dele uma diversão, nem sempre saudável, nem sempre inteligente, mas, fundamentalmente, nunca politicamente correto. Isso me gerou um compromisso de sempre postar alguma coisa, essa é uma exigência que paira no ar e que eu me cobro como um patrão insensível, trabalho, trabalho, trabalho. Coisa que não consigo fazer de graça por uma questão de princípios e, também, fundamentado na minha miséria econômica e espiritual. Portanto, quero arregimentar, ou melhor, preciso arregimentar mais seguidores, o que, após alcançar um certo número, poderá interessar algum patrocinador tão analfabeto quanto eu, ou alguém que queira erradicar esse analfabetismo da minha alma patrocinando estes garranchos vazios de idéias e imprecisos de forma, onde só reside a necessidade, de mesmo sem saber, opinar, opinar, opinar. Claro, sem influências de um possível patrocinador.

Obs.: Não se trata de um pedido de dízimo, o que me colocaria em igualdade com qualquer bispo de qualquer igreja, mas de algo que resultará em um patrocínio para o Lar das Crianças Pobres da Lagoa.

Por favor, siga-me e não se arrependerá!

Tonico.

BETINA: O TREMA É TEMA

A única coisa que me move imperiosamente no sentido de escrever um texto é uma solicitação pura e límpida da minha emoção. Como todos sabem sou analfabeto, mas escrevo, ora, como isso é possível?

Escrever é um ato erudito, mas ao tomar conhecimento de que a minha língua foi castrada, quando aboliram o Trema (porque o Trema meu Deus???), questiono e fico sem uma resposta sábia e racional. Eu só sinto a sua falta. Quando a minha língua/dental não se encontrar mais estarei cerceado dos meus prazeres sexuais mais vibrantes e gostosos.

Experimente, então, pronunciar comigo, nem que seja pela última vez: Trema, Trema, Trema! Não é Tremendamente gostoso? Pois é, está abolido da língua portuguesa. Mas eu me revolto e digo: Não aceito! Quem quiser que expulse-o, mas no meu blog, na minha língua, com freqüência ele continuará me dando prazer.
Obrigado Betina,

Tonico Pereira
(Tremam! Com a respiração ofegante!)

terça-feira, 1 de março de 2011

Venha, venha, irmão!!!

Converta-se ao analfabetismo, uma religião sem dízimos, que só espera de você a audácia de discutir qualquer coisa sem nenhum conhecimento, ou seja, uma participação digna de um burro com iniciativa.
Aleluia Irmão!
Bispo Tonico Pereira.

Beleza + Inteligência + Loucura = Coquetel de Equilíbrio e Felicidade!

Sou um privilegiado, nasci num mundo insano, se fosse ao contrário, tenho certeza, eu não teria sobrevivido. As mulheres, por exemplo, só casei, vivi e namorei com mulheres lindas, do meu ponto de vista, invariavelmente inteligentes, e, invariavelmente, loucas. Nunca consegui conversar por mais de dois minutos com uma mulher que não tivesse estes três predicados. Lindas, eu via logo que as olhava. Inteligentes elas demonstravam ser de imediato, me preferindo a outros homens. E loucas, elas teriam a vida inteira para demonstrar essa idiossincrasia benigna e deliciosa. Mas as mulheres, sempre ou quase sempre, tem verdadeiras crises de burrice e me abandonam, e só me resta partir a procura da beleza (do meu ponto de vista), da inteligência e da loucura, onde encontraria, então, mais uma vez a felicidade, por um tempo não determinado.
Tonico.