sábado, 28 de abril de 2012

DEIXAS X SENTIMENTO

Complementares ou não? Tem atores que trabalham com a deixa literal, tem atores que trabalham com o texto vivenciado, é uma grande diferença, tão grande quanto um texto digitado e um texto escrito à mão (lápis ou caneta), onde o sentimento da palavra sobrepõe a própria palavra e entrega-se a contracena como água límpida brotada de uma fonte virgem, sem a contaminação química de um cloro, por exemplo. Tento ser este segundo tipo de ator, aliás, sou este segundo tipo de ator. Se todos os atores fossem assim teríamos uma troca cênica da maior sensibilidade, mas existem as diferenças e temos que respeitá-las, mesmo que o gozo não aconteça de forma plena (aliás, pleno é quase utópico) a relação cênica se impõe de qualquer maneira pelo ofício de atuar e somos obrigados, como seres que se almejam humanos, a travarmos a comunhão maior do contracenar em qualquer campo - mesmo os enlameados pela falta de um sentimento maior de humildade, carinho e compreensão - pois sabemos que somos neste palco da vida seres humanos, com falhas e acertos, mas quer queiramos ou não, sempre complementares, isto é viver! E viva a vida cênica! Oh vinho bom... Tonico.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

UMA LAGOA CHAMADA BUCETA

Na imposssibilidade de escrever bem, opto por escrever mal - como se houvesse outra opção. Mas exerço com muito prazer esta única que me cabe neste latifúndio do saber. E me adianto para avisar aos críticos de plantão que não pretendo agradá-los com minha pífia escrita, mas tão somente a mim mesmo, exercendo o direito que tenho de na minha casa, na minha sala, com uma visão panorâmica da Lagoa Rodrigo de Freitas e regado a vinho Bb (Bom e barato), externar o meu gozo múltiplo, não sei se literário, mas gozo e múltiplo, tenho certeza que sim. E em deliciar-me com essa paisagem aberta aos meus olhos de forma despudorada e sensual, eu a contemplo com tesão do alto do terceiro andar como um homem gigante em pé, pau semiduro (ainda não aprendi a usar a prótese peniana), olhando sequioso para uma mulher deitada e de pernas eternamente abertas (minha lagoa, minha buceta). Portanto, senhores críticos, me desculpem, mas diante dessa visão divina que se me oferece, podem criticar à vontade, nada me fará broxar e não se assustem se daqui a nove meses a Lagoa em sua plenitude e grandeza estiver dando ao mundo várias Lagoinhas e Laguinhos. Todos com o sobrenome Pereira. Até lá!
Tonico.

CHICO

Quem disse que Chico se foi? Foi nada. Está aqui presente em nossos sorrisos, nas brasileiras reflexões que fazemos com graça todos os dias. Pois ele é luz na escuridão que é imposta aos nossos marginais sociais. E então sobrevivemos mais um pouco, pelo menos com força o suficiente até a próxima semana, quando ele volta ao ar ascendendo seus refletores, com o peculiar talento, sobre nossas miseráveis existências e nos fortalecendo por mais um pouco de vida que se renovará a cada encontro semanal (pelo menos foi o que aconteceu comigo durante anos); ou a cada vez que lembrarmos do quanto ele era bom e vaidoso, por poder e ajudar novos e velhos no início e fim de carreira, eternamente inspirada na sua carinhosa generosidade.
T.

MULHERES

Todas as mulheres que tive me abandonaram um dia.
Talvez por ineficiência minha, talvez por burrice delas.
Algumas consegui recuperar, me tornando eficiente.
Outras não, pois elas continuaram burras pra sempre.

Tonico Pereira.