terça-feira, 23 de outubro de 2012

??? RUFIÃO ???


Tenho 64 anos e sou um homem virgem, ou seja, nunca desvirginei uma mulher. Não porque não tentei, mas por uma incapacidade absoluta das minhas duas cabeças, a de cima e, preponderantemente, a de baixo. Qualquer “ai” da mulher me leva a uma brochura incomensurável, já até tentei uma xilocaína para que não ouvisse um “ai” do outro lado, mas foi um tiro na cabeça, a de baixo. A xilocaína levou o meu pau a um desinteresse absoluto pela vagina a mim oferecida. Enfim, aceitei que desvirginar não é a minha excelência, mas, diante desse quadro pessimista e irreversível, me sobra a presunção tão própria de mim mesmo, e também irreversível. Não sou capaz de ser um homem definitivo para uma mulher. Tenho muitos defeitos e inclusive o da presunção de ser uma referência para as mulheres que amei. Não fui capaz de levá-las à felicidade plena, às vezes até ao sofrimento, mas fui capaz de ser uma referência para elas, um AT/DT, ou seja, antes de Tonico e depois de Tonico (presunçoso mesmo). E deixo como legado/herança para todos os meus amores passados e presentes e futuros a sabedoria do que é ser um homem, uma referência, uma medida inexata, não de um metro, mas de um metro e um centímetro (os outros podem ir ao máximo de um metro), para que elas possam se relacionar de forma quase plena com os homens que me sucederão nas camas. Pois, como um amigo (Antonio Pedro) uma vez me adjetivou, sou um mero rufião (vá ao dicionário!) para que minhas mulheres passadas, presentes e futuras saibam aproveitar melhor dos seus homens pós-mim, e que sejam felizes para sempre. Serei feliz também, ao meu modo, claro, apenas sendo referência para elas quando olharem para os seus respectivos pretendentes e julgarem: “é... este tem 60% do Tonico, está ótimo; este tem 50% do Tonico vou ficar por aqui, tá bom pra mim; ou ainda, este tem 90% do Tonico, devo estar fazendo uma análise errada, mas não vou arriscar mais, é melhor parar”. E, satisfeitas, viverem o resto dos seus dias pensando, numa dúvida atroz, será que calculei o percentual de forma certa ou isso sem Tonico eu sei fazer?
É apenas uma presunção, mas é real e existe dentro da minha mais forte convicção. Eu sou 101%, o resto é que se dane! T.

Com requinte sou capaz de trair, sem requinte nenhum sou capaz de ser traído. Neste único ponto não consigo ser rodrigueano, ou seja, o personagem rodrigueano que veste as minhas medidas exatas é o “canalha” que sou! Tonico.

CARÊNCIA ABSOLUTA – TOTAL E INDIVISÍVEL


Não me basta querer, me importa sim ser querido totalmente.
(Momentaneamente louco, porém, lucidamente vero.)
Tonico, o canalha.

Não me incomoda o passado de uma mulher (isso é saudável), me interesso pelo presente dela, como uma doença incurável e morta, ou seja, sou um câncer em evolução contínua.
Tonico, o doente imaginário, absoluto.

64 + 64


Alguns viveram a vida, eu apenas a sobrevida. O que existe antes é apenas a trepada do meu pai Hernandes com minha mãe Maria José, o resto foi lucro. Sobrevivi até agora, 64 anos, e tenho como projeto viver mais 64, conseguirei? Não sei, mas é minha pretensão. Talvez consiga, pois sou agregado ao improvável, como foi a minha respiração, após sair da buceta da minha mãe. E se morrer com 70 anos terei a consciência de que vivi mais 64, pois só a cabeça me domina, a de baixo e a de cima, e ela é a certa do tempo. O tempo só existe a partir dela. Portanto, morrerei com a idade que minha cabeça conceber e não o físico, aliás, espero que o físico seja só meu corpo excetuando o meu priapismo milenar e inatingível por idades e decadências. Me desculpem os que me leem, mas só me importa o meu pau duro adinfinitum, o resto é apenas um orgulho imbecil de uma vida mal vivida.
Tonico.

A minha incoerência tem limites, por exemplo, eu não me traio.
Eu gosto de morrer sozinho, todos os dias eu morro um pouquinho, sozinho.
Interpretar é se permitir falhar, isso é tão humano e de uma sofisticação que muito poucos entendem.
Enfim, me descobri, sou um Sátiro. Porém, não como rapazes, mas sim as Ninfas dos vales que os Elfos das montanhas pretendem...!

domingo, 21 de outubro de 2012

A seriedade é o mais risível dos comportamentos.

O SEGUIDOR

Consulto o meu blog não cotidianamente, assim como, também não escrevo cotidianamente. Ponho-me em atitude de curiosidade e percebo que passei dos 20.300 acessos. Não vou negar, fico feliz. E minha curiosidade me leva avante, cheio de satisfação pelo número alcançado, mas eu quero mais. Vou até meus seguidores e constato quase como um golpe de peixeira que me subtraíram um deles. Na minha carência afetiva isso me leva a um estado de desespero. Me abandonaram, é o primeiro pensamento. Constato que uma desistência me faz mais infeliz do que conquistar 200, 300, 400 acessos. Sendo que, aos olhos frios, todos tenham significado unitário idêntico, mas não para os meus olhos quentes e diferenciados que sofrem tanto com a rejeição, tanto que já não aceitei várias vezes, por exemplo, concorrer a um cargo público (já pensou se eu perco?!), a minha carência me levaria ao suicídio, e é assim que me sinto agora. Tomo três goles grandes do meu vinho B&b (Bom & barato) e já me preparo para o ato fatal. Como despedida olharei pela última vez para o meu blog e então me dirigirei à janela onde cortarei a tela e me jogarei às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, pois esta sim se mantém fiel aos meus devaneios etílicos e sexuais. Olho o blog com o olhar turvo de um bebedor de vinho, quase não enxergando e surpresa, enquanto escrevia tremulamente estas letras, constato que o meu seguidor voltou a se comprometer a me seguir. Seguir meus passos trôpegos pelas noites. Quero acreditar que isto aconteceu, ele voltou, ou será que ele se foi mesmo e um novo seguidor se alojou em meu blog? Não quero mais pensar, fico feliz achando que o antigo está de volta, isso me conforta e me tira da zona do suicídio. Afasto-me da janela com a tesoura na mão, desistindo de romper a tela e atirar-me ao ar. Vou até a mesa onde este papel repousa inerte e acredito. Será que foi isso mesmo que aconteceu? Beneficiado pela dúvida, só tenho a certeza de que hoje não me suicidarei por uma carência qualquer, agradeço a dúvida por continuar vivo e tomando vinho B&b. Tonico.
O caráter de um homem traz muitos amigos, mas muito mais inimigos.