sábado, 17 de julho de 2010

Fim!

A única atitude digna de um homem diante de uma mulher que quer se separar dele é sofrer um pouco e aceitar a possibilidade de não vê-la mais, ou vê-la ao lado de outro, "que nem um pedaço do seu pode ser".

Homem

Não entendo o ser humano dividido e enquadrado por raças. Até mesmo acho menor qualquer ação, ou comportamento, que se inicie a partir desse pensamento - que em si é segregador e preconceituoso, brote ele da imaginação de um ser humano de qualquer cor.

Quero amar e ser amado pela cor vermelha, essencial e única do nosso sangue, pois a pele é apenas a etiquetagem menor de um produto pleno: nós, o homem.

Êpa! No meu não

Tenho problemas com o moderno, sei que ele só existe hoje e não existirá amanhã. Sei que orkutes, blogues e saites são mecanismos modernos que não resistirão à inteligência histórica e contemporânea do homem, sempre disposta a jogar no lixo tecnológico o que não é essencial ao ser humano. E tenho certeza que orkutes, blogues e saites nada têm a ver com ar, água, terra e fogo.

Mas toda essa reflexão pretensamente filosófica só me veio ao pensamento por ser demasiado estranho e duvidoso alguém convidar alguém para entrar no seu orkut, blog ou site. Me soa estranho, pervertido e estranho. Portanto, posso até ter blogues, saites e orkutes, mas não visitáveis, seja com entrada franca ou mesmo paga. Vocês jamais ouvirão da minha boca o convite: Entre no meu Orkut. Ele é apenas meu e nele cabe somente as minhas mais puras reflexões.

Reflexões de um analfabeto indignado ou Faltou Didi no Kaká

Havia um tempo em que o povo brasileiro viabilizava a sua sobrevivência, agarrando-se como afogado a qualquer coisa que boiasse perto dele. Muitas das vezes, esta coisa era, por exemplo, a bola, réplica menor de um mundo redondo, no qual os craques exerciam as suas conquistas e a maior era a sobrevivência própria.
Bons tempos, sem saudosismos, em que uma junta médica russa, certamente, invibializaria um Garrincha para a prática do futebol, sem levar em conta que a necessidade do prazer, do lúdico e da sobrevivência seria capaz de contrariar qualquer diagnóstico e transformá-lo em “alegria do povo”, para alegria de todos que o viram jogar. Tenho certeza que fez jogadas monumentais nos vários campos da sua vida, muitas das vezes, apenas para ganhar a dose de cachaça ou aquela cerveja apostada no início da pelada com o time contrário, onde só lhe cabia vencer ou vencer, pois não teria dinheiro pra saudar sua dívida se o imponderável acontecesse.
Estamos em 2010. Nossa selecão já ultrapassou (burramente) a necessidade da sobrevivência, íntima motivação do homem, mergulhados num consumismo exagerado de carros, jóias, mulheres e etc., esquecendo-se que a sobrevivência jamais deixará de existir e será sempre a motivação maior para o homem e sua existência.
O jogo é contra a simpática Holanda. Nós temos jogadores bons, sem dúvida, mas incapazes de segurar um placar a favor, muito menos reverter um contrário. Ah, Didi, porquê você, nascido na Lapa de Campos, rezado e abençoado por todos os orixás à beira do Paraíba, não se incorporou no Kaká e, com sua sapiência, hoje de preto velho, mas, em 1958, de preto ainda novo, liderasse os micigenados brasileiros e, com a bola debaixo do braço, calmamente caminhando em direção ao meio de campo, fosse falando aos colegas, “nós somos muito melhores do que eles, vamos botá-los na roda e ganhar esse jogo” e, dirigindo-se, particularmente, ao Felipe Melo, “joga bola rapaz, dê outros passes daqueles que só o Gerson poderia ter dado pro Robinho, mas não faça merda” e, incisivo, “dê a saída, Luiz Fabiano, toque prá Robinho, dele prá mim (Kaká incorporado pelo Didi) e eu esticarei na ponta onde alguém, incorporado de Garrincha, tornará lúdica, prazeirosa e vitoriosa a nossa pelada”.
Didi, em 1958, promoveu a nossa verdadeira independência, diante dos louros suecos e de um placar adverso e, sem usar palavras bélicas, somente disse para os micigenados brasileiros “vamos pôr eles na roda”.
Neste momento me cai a ficha. Kaká é evangélico e jamais se permitiria ser incorporado pelo Preto Velho Didi. Bom, pior prá ele e pro Brasil também.
Observação que não quer calar:
Durante toda a copa, eu só vi o Dunga esboçar um sorriso em comerciais variados na televisão. Será que a CBF estava com o salário atrasado?
Saudades também do velho Feola. Ele dormia enquanto a seleção jogava, e bem!
Nossos jogadores comiam sem fartura, mas o suficiente para se manterem agéis e capazes de tourear nossos adversários, invariavelmente, bem alimentados e grandes.

Ass.: Brasil

OBS.: Escrito por Tonico Pereira.
OBS2.: Corrigido e digitado por Marina Salomon em troca de nada.

Incautos leitores

Primeira pretensão: dirigir-me aos senhores sem a certeza de que existem ou existirão. Mas eu falei “primeira” e não “última”, pois na sucessão de várias tentarei, por exemplo, escrever. Não me basta mais enganar como ator (o que tenho conseguido há mais ou menos 42 anos). Vou tentar agora um salto bem mais irresponsável: tornar-me emissor de opiniões, pensamentos, mau caratismos, insolências, burrices e etc, de forma escrita – o que para um analfabeto não é pouco não! Portanto, aguardem, vou abrir o vinho BB (bom e barato) na esperança que uma certa insônia etílica e pretenciosa ponha-se ao meu lado, pegue a caneta – só escrevo à mão – coloque-a entre meus dedos e, como numa reta traçada por um bêbado, me propicie algum assunto escrito, que os levem e elevem, leitores amigos, à condição de incautos leitores amigos, dispostos a me levarem cigarros na prisão.

Tim Tim!

Tonico – na esperança que isso me dê algum dinheiro…

(texto corrigido e digitado por Leandro Soares, sem vínculos empregatícios e em troca de uma taça de vinho BB)