terça-feira, 22 de março de 2011

VEÍCULO DO PASSADO, MEUS PÉS, E DO FUTURO TAMBÉM.

Nos meus sonhos ideais não ultrapasso os limites de onde os meus pés podem me levar. Por exemplo, nos meus sonhos consigo, no máximo, dar uma volta inteira na Lagoa Rodrigo de Freitas, com uma felicidade extrema. Mas, infelizmente, a vida não é só feita de sonhos, existem os pesadelos, e eles tem que ser enfrentados e superados, pois os vencendo posso sustentar meus filhos, meus vinhos (BB), e, ocasionalmente, receber na minha sala pessoas amigas que gosto muito de ter por perto. Pois é, para gozar desses pequenos prazeres tenho que entrar num avião insensível que ignora os meus sentimentos de repulsa e me leva sob o domínio do medo, sequestrado, aos meus destinos de sobrevivência - uma peça em Porto Alegre, um filme no Amazonas, um programa de TV em São Paulo - e lá vou eu, mudo, calado, procurando justificar minha presença naquele vôo com a necessidade de pagar os vários cursos de Antônio e Nina, afinal, eles têm uma agenda de executivos de alto nível, e eu, ao partir para qualquer um desses destinos, só me reconheço na possibilidade de voltar a pisar o chão do Rio de Janeiro. E dar a minha volta triunfal na Lagoa, como um pai que conseguiu pagar mais um mês de colégio, agradecendo aos céus, fundamentalmente, por meus pés, pela possibilidade de me levarem para onde eu possa ir com o máximo de felicidade possível.

Antônio e Nina, papai chegou!
Beijos, Tonico.

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