domingo, 19 de fevereiro de 2012

ENQUANTO O ABADÁ NÃO CHEGA...

Não sou mais um folião. Já fui. Desses de sair de casa pra comprar cigarro e não voltar. Mas sei que brinquei os melhores carnavais de rua tanto do Rio quanto de Niterói. Tudo era muito espontâneo e se gastava muito pouco. Era uma autêntica democracia carnavalesca. Depois, o carnaval de rua sumiu vítima da violência e também da falta de dinheiro, mas eis que, de repente, qual Fênix, ele ressurge no Rio com força e espontaneidade democrática. São blocos, blocos e mais blocos tomando as ruas do Rio como antigamente. Que bom para os que hoje tem força para desfrutá-lo os quatro dias! Mas, cuidado folião carioca... isso tudo está acontecendo agora, hoje, mas nada nos garante que, em breve, esses mesmos blocos soltos passem a vender abadás e lá se vai a nossa democracia carnavalesca...
O exemplo vem da simpática Bahia. Eu não sei não... sabemos que o baiano é tão simpático quanto vagaroso nas suas atitudes e gestos, mas sabemos também que o impulso mercadológico anda ligeiro correndo atrás dos poucos caraminguás do inocente folião e para isso não hesitarão em confiná-lo numa organização elitista em que os que mais podem financeiramente saem protegidos por seguranças e cordas.
Portanto, rezemos para que pelo menos como na Bahia nos sobre a “pipoca”... Afinal, pelo menos a insegurança é democrática e nos põe bem mais perto de uma catarse suada e livre onde impera a alegria de um povo que quer e precisa se divertir um pouco pelo menos nesses quatro dias e principalmente vestidos de um anárquico qualquer coisa...



tOnIcO, o pierrô apaixonado!

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