sexta-feira, 12 de julho de 2013

O fato é que nos enterros, sendo que, num deles, o de um ator conhecido na época, não havia ninguém no cemitério. Minha angústia maior foi quando o pessoal da administração pediu para irmos embora, porque passaríamos a correr risco de assalto se continuássemos ali. Saímos desolados, um tanto sem ter o que falar - me recordo constantemente disso -, até que isso virou uma ideia fixa, morrerei eu um dia e ninguém comparecerá ao meu enterro? Veio a ideia: por que não promover meu enterro em vida? Nada material, nada espiritual, apenas intencional e virtual, onde ninguém seria obrigado a comparecer, mas declararia a intenção de ir se puder ou estiver passando perto do cemitério e eu, em vida, contabilizaria o número dos intencionados e viveria tranquilo com a possível presença das pessoas pedindo bis quando eu fosse enterrado.

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