segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Um verdadeiro e sombrio teste de inteligência

Ultimamente tenho observado várias discussões nos jornais, na televisão e até mesmo nos livros, nas quais cientistas políticos, com alto grau de conhecimento acadêmico, enquadram o poder conquistado democraticamente através do seu determinismo sufocante e, ao mesmo tempo, pedante, como se o conhecimento escolar fosse capaz de, com a sua visão a partir da Sorbonne, entender, na mais crua prática, o homem que governa, a partir do ponto de vista do estômago faminto do brasileiro.

Não há possibilidade. São linhas paralelas, não se encontram jamais, apenas seguem em frente como paralelas que são. A solução ou junção destas linhas só se dará quando estes acadêmicos entenderem que sabem muito, mas não tudo e se abrirem humildemente para ouvir e, por conseguinte, aprender, que a verdade não se dá apenas no sabido, já conquistado e transformado em casa mata como proteção do seu estado enganoso e cruel de poder. Seria necessário, com o coração aberto e puro das crianças saudáveis, procurar ver que o trabalhador, com a sua vivência operária, também pensa. Muitas vezes pragmaticamente, afinal a fome para ele não é um sofisma universitário, mas uma verdade que dói no estômago e mata seus filhos no dia a dia impiedoso onde estes intelectuais só tem acesso através de estatísticas frias, sem a emoção ruminada pelo estômago vazio.

Senhores acadêmicos, a maioria do povo brasileiro, inteligentemente, já entendeu isso e votou conforme o seu entendimento. Espero que os senhores refundem as suas escolas levando em conta que num livro se perpetuam pontos de vista não, obrigatoriamente, imutáveis e aceitem que o povo é capaz.

A partir disso, proponho um teste final de inteligência: que cada um dos senhores troque de papel com um assalariado mínimo qualquer. Tenho certeza que o trabalhador sobreviverá com sobras, enquanto que os senhores, com quinhentos e quarenta reais, morrerão de inanição junto com seus familiares, pois lhes faltará inteligência para administrar e viver com tão parcos recursos.

Tonico.

2 comentários:

  1. Marco Albuquerque Bertoloto
    Ridiculamente, nasceu torto,
    Esquálido deu o arroto
    Que seria prolongado
    Por toda a sua vida

    Se fez doutor acadêmico
    Brilhou nas mais brancas paredes
    Das mais nobres universidades
    Da França, Inglaterra, Portugal

    Foi juiz, deputado, ministro
    Teve cinco filhos, três netos,
    E dois milhões de dólares
    Com 76 anos se tornou imortal

    Ao receber o nobel quase chorou
    Rubro, bambeou, seco, falou
    O mais belo discurso de todos
    A mais brilhante fala emotiva

    No dia anterior ao suicídio,
    Sentou no belo jardim europeu
    Sentiu pela última vez o cheiro
    Da dama da noite, e chorou

    Se lembrou da infância, do futebol
    De tudo que não era, sentiu saudades
    De tudo o que não falava
    Quando arrotava apenas coca-cola

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  2. E continuam esperneando, inconformados com a perda do monopólio da sabedoria, que imaginavam protegida em seus castelos de preconceito (Ronaldo Florentino)

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