domingo, 30 de janeiro de 2011

DA SÉRIE: BANHEIRO

NÃO CONQUISTEI O TONY RAMOS E ACABEI PERDENDO O PEREIO!


Se me perguntassem se tenho inveja de alguém, eu diria sem pestanejar: do Tony Ramos, mas me faltam inúmeras qualidades, que eu não conquistaria nem se Deus me desse a oportunidade de viver 200 anos. Já tentei me aproximar dele para aprender alguma coisa, mas, como um peixe magnânimo de um mar insondável para mim, ele se mantêm numa distância segura, olhando-me sorridente e simpático, e, talvez, se indagando, “o que esse desajustado quer comigo?” Eu também sorrio e me deixo levar pelas ondas que me afastam, neste movimento aproveito, olho pro céu e digo: “mamãe eu tentei.” Nado até a praia e avisto, sentado numa espreguiçadeira e tomando cerveja, meu amigo Pereio, que me olha por cima dos óculos e diz: senta aí, vai cerveja? Eu respondo: Pereio, tenho que te confessar, tentei mais uma vez, há dois minutos atrás, que não mais fôssemos má companhia um para o outro, minha mãe, lá em cima, é testemunha (olhando para o céu), “não foi mamãe?” Neste momento o céu soluça e chove lágrimas de mãe desesperada e eu digo: Pereio, agora eu tenho que ir ao banheiro, mas a noite que tal um vinho BB (bom e barato) lá em casa? Por favor aceita, que eu estou muito rejeitado. Pereio me olha com uma cara elaboradamente marginal e diz: vinho...vinho, um só? Vamos tentar. Eu agradeço feliz e saio correndo impulsionado por um motor 3.0 Diesel que habita em meu intestino em direção ao banheiro mais próximo, atravesso a areia acionando a tração nas quatro, o asfalto, e chego a Fiorentina. Afinal, o banheiro. Lá, já sentado e descarregado, me acalmo e penso, “Meu Deus, esqueci de dizer ao Pereio onde estou morando agora”, e chego a infeliz conclusão: não conquistei o Tony Ramos e acabei de perder o Pereio.


Toni... co.

Um comentário:

  1. Olá Tonico!
    Acompanho seu trabalho desde criança,quando você fazia o Sítio do Picapau Amarelo, até os tempos atuais com a Grande família e agora com seu Blog.Gosto muito da forma inteligente como escreve e do seu senso de humor.
    Gostaria que soubesse que suas peraltices da juventude são assuntos constantes das reuniões de minha família, contadas com muita nostalgia pelo meu pai e meu tio (Renato e Humberto Soares). Espero um dia te conhecer pessoalmente para te dar um abraço apertado pra "cabrunco", como dizemos aqui em nossa terra. Um grande beijo, Ana Luiza Soares.

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