domingo, 26 de maio de 2013

MARIO BARBEIRO


Desde pequeno, pequeno mesmo, convivo com barbeiros, esses que fazem barba cabelo e bigode. O primeiro foi o Mario Barbeiro, ainda em Campos. Ele atendeu meu avô Waldir, meu pai Hernandes e a mim, primos e irmãos. Ele me deu o passaporte que eu precisava pra sair de lá quando num canto da barbearia entre pincéis, espumas e navalhas apregoou: “sai daqui Cacau, Campos não dá mais”. Eu ouvi e vim pro Rio. Completamente trôpego de economias mas com uma vontade imensa de não voltar e eis-me aqui ainda, contando trocados, aventuras, amores e etc... Mas não perdi a minha guerra particular de me estabelecer no Rio, graças ao conselho de um velho barbeiro campista. Engraçado, sempre que viajo só registro um lugar, uma cidade, em meu itinerário se nela eu fizer uma refeição, ir ao banheiro e fizer a barba num barbeiro local, nada melhor pra sentir a temperatura cultural de um lugar do que ouvir o barbeiro de lá. Tenho constatado nesses longos anos que os barbeiros do Brasil inteiro não mudaram, continuam simpáticos, cordiais e profundos conhecedores da sociologia da sua cidade, sem distanciamento crítico, eles são os mesmos. Gostaria de chamar a todos de Mário Barbeiro, assim como Garrincha chamava os marcadores de João e os amigos de Amizade, simplesmente por não se lembrar dos nomes deles. Eu também chamo de Amigão a todos que não lembro o nome. Olha, não estou me comparando a Garrincha, meu ídolo maior, assim como Didi. Portanto, constato que os barbeiros não se modificaram e que não se modifiquem jamais, este é o meu desejo. E tudo se deu ao contrário com as cadeiras de barbeiro, que numa tentativa de designers modernosos de torná-las mais bonitas ao longo dos anos, transformaram-nas em cadeiras de tortura, incômodas e nada relaxantes. Os barbeiros só as superam e promovem o nosso antigo conforto porque continuaram iguais em cortesia.

Já as cadeiras...

Eles, os babeiros, e eu merecíamos coisa melhor, ou melhor, as cadeiras antigas, como as de antigamente, onde conversávamos e se fosse nossa opção poderíamos até dormir!

Valeu Mario Barbeiro,

Obrigado!

Tonico Pereira.

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