terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

ADEUS ARCOZÊLO


11:40h do dia 29/01/2011. Estou no sítio da família da minha mulher, o clima é de despedida, o sítio foi vendido, Marina resiste o quanto pode e quando não resiste chora melancólica. As crianças, Antônio e Nina, ignoram a iminência da perda e brincam na piscina como se aquele mundo jamais fosse acabar. No entanto, há 46 anos Marina vive com esse pomar de frutas deliciosas (mangueiras, jaqueiras, abacateiros, palmeiras imperiais) e, fundamentalmente, com o ar precioso que Arcozêlo nos lança aos pulmões de forma sistemática e generosa. Marina sofre, e com razão, despedidas nos proporcionam um dos piores sentimentos que nos impõe a vida. E se ela for bem vivida, isto pode ser aferido pela quantidade absolutamente enorme de despedias com que nos depararemos, até o dia em que se despedirão de nós e, então, passaremos a ser apenas lembranças nas histórias dos outros.
Esta noite não tomei nem tomarei vinho e escrevo sem a inspiração que ele me proporciona, mas apenas contaminado pela melancolia de Marina, afinal, tentamos ser cúmplices em nossas vidas e eu tenho que me despedir também. Vá Arcozêlo, hospedar outros hóspedes, enquanto que você será hóspede eterno em nossas lembranças felizes.
E me dirijo ao banheiro, para me despedir de forma plena.
Tonico.

Um comentário:

  1. Oi Tonico,
    Bonito texto. Console Marina, nada mais a fazer.
    E o que é que houve em Fortaleza? Muita mpimenta?
    E o novo lançamento, vamos? Proponho março. diga a data que me organizo.
    Beijo,
    Eliana Bueno

    ResponderExcluir