O Analfabeto que Escreve (Tonico Pereira)

Brasil, meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro, vou “trepar-te” (amar-te) nos meus versos...

 

Brasil, chame a atenção de seus filhos como um pai zeloso e preocupado com o destino de cada um deles e lhes diga que o maior valor agregado à cultura de nossa pátria, nos seus anos de existência, é a miscigenação que, mesmo reprimida, proliferou, prolifera e graças a Deus proliferará, fazendo de nós mesmos homens não mais divididos pelo pensamento das raças e sim que elas acasaladas entre si deem vida a um homem cada vez mais livre. E que nesse coração novo não haja espaço para discriminação entre seres que são impelidos para a vida pela movimentação constante do sangue único e sempre vermelho que corre em suas veias. Não pensem que sou imbecil o suficiente para ignorar que a injustiça predominou e predomina em nossas vidas de seres humanos, mas não a combateria com o pensamento obtuso do poder da vingança, mas sim acariciando com amor a cabeça inocente de uma criança onde só o sangue vermelho importa e fazendo-a ver que podemos sim ser diferentes em nossa aparência física, enquanto a miscigenação não nos chega plena, mas que somos homens e iguais, não perante Deus, mas perante a nós mesmos e que nenhum ovo de serpente fará ninho em nossos corações brasileiros. Afinal, temos tudo para sermos um dia o povo mais feliz da Terra e o meio para conseguir isso é o mais prazeroso existente, basta treparmos. (acasalarmos)

Portanto, Brasil, seja a incubadeira desse sonho lindo, seja a pátria dos homens livres! E diga aos que não pensam que o homem é capaz de ir mais além que saibam que o sumo essência é o sangue vermelho e único de cada um de nós.

Amém.

O resto é ignorância!

Tonico, miscigenadamente privilegiado.